Quanto mais ela diz que ele não a enganará novamente, mais sente-se seduzida e envolvida por suas garras invisíveis. Garras que a machucam, a limitam e a alimenta. Ele é cruel, infiel, mas a eleva ao céu. Não é sangue, mas propala-se pelo corpo sedento daquela mulher. Ele traz a paz, lhe tira a paz. Lembranças de beijos e arrepios a fazem comprar mais remédios contra insônia. Aquela maldita insônia a impedia de ser verdadeiramente feliz ao lado dele, de viver uma verdade em uma mentira de oito horas. Sabe que não merece, que não deve continuar e que as lágrimas têm um sabor ruim. Não obstante, lá vai ela, hipnotizada por aquele olhar tímido. O olhar que a despeçada aos poucos. "Junte os meus pedaços! Não os esconda embaixo do tapete, mais uma vez", disse ela baixinho, temendo acordá-lo.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
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